Um livro de uma leitura adiada, e que a quarentena me proporcionou a oportunidade de, enfim, lê-lo.
De uma leitura fundamental, pois, em linhas bem gerais, aborda os avanços da sociedade, em função da dualidade corpo e alma, lei e transgressão.
É importante uma leitura lenta, digerindo os conceitos, principalmente quando ele explica e exemplifica, quando a transgressão (ou traição) pode agregar valor ao indivíduo e à sociedade.
Olhando a evolução do mundo – e a nossa em particular – temos a percepção que este conceito, tão esmiuçado pelo escritor, faz todo sentido.
Alguns excertos, para aguçar a vontade de leitura…
“Se em teoria, o caminho do meio nos parece mais equilibrado e maduro, em termos de alma, o rabino de Kotzk tem razão – qual é o ser humano que profundamente mobilizado por uma intenção e sedento pelo sagrado, pode deixar de ser passional e extremista?”
“O rabi Bunan adverte que os “pecados” que um indivíduo comete não são o maior crime cometido por ele. O verdadeiro grande crime do ser humano é que ele pode dar-se “uma simples volta” a qualquer momento, mas não o faz”.
Repito, que o livro demanda uma leitura lenta e reflexiva. Sem preconceitos e principalmente compreendendo bem o que é transgressão. Ao acabar de lê-lo, não estaremos iguais.
Boa leitura. Recomendo.
Renato Leal
Setúbal, 21jun2020
Escrevo, não para convencer ninguém, mas sim porque gosto, me ajuda a pensar, a organizar as minhas ideias e opiniões e internalizá-las. Não escrevo porque acho que estou certo e muito menos por pretensões literárias. Apenas quero uma referência para fazer crescer as minhas convicções, ou para saber quando, e porque, mudo de opinião. Para tentar visualizar o futuro e olhar para trás com consistência e visão crítica.
Escrevo também, para que aqueles que discordam das minhas opiniões tenham mais uma oportunidade para pensar e ter convicções sobre o que pensa. Ou não. E para os que concordem, saibam que não estão sós no mundo.
E, finalmente, lembro que quem escreve é refém do momento, das informações que dispõe, e de como é e pensa, neste mesmo momento.
Renato Leal
