Tenho observado nos responsáveis pela economia e por alguns setores da sociedade, que começa a surgir uma esperança na retoma da economia brasileira. Mais uma, no país da eterna esperança. Dos milagres.
Sob o ponto de vista puramente econômico, sem dúvida, o país melhorou a sua gestão – seria difícil piorar – e colheu alguns frutos. Só que não pela razão que se tenta atribuir. A principal delas, a queda da inflação, não poderia ser diferente diante do elevadíssimo juro real e da queda da demanda interna. E os déficits, andam por aí a pulular. As questões estruturais que produzem inflação ainda estão por ser contornadas.
A produção não cresce. A produtividade continua a piorar, a divida externa a crescer, o desemprego a aumentar. Só isto já deveria ser razão de sobra para não haver nenhum otimismo. E, convém lembrar, é preciso apurar todos os rombos na união, nas empresas públicas , governos estaduais e municipais para se saber quanto vai ter que ser injetado na economia, não para fazê-la crescer, mas sim, para fechar as contas que ficaram para atrás.
Mas o pior está fora da economia: na política, tenho até nojo de comentar. E dispenso. Não está a altura do desafio que temos nas mãos.
Na confiança da sociedade e do setor empresarial, nada de novo. Há recursos humanos e financeiros fugindo para portos mais seguros, e isto faz muita falta à já combalida e descapitalizada indústria nacional. O pais anda ficando para atrás nos investimentos na área de tecnologia. E os investimentos nas infraestruturas simplesmente pararam. Se por um milagre – pois é isso que se espera – passado dois anos de crescimento, começam a rebentar as infraestruturas e a faltar energia.
E todo este ambiente pouco propício ao desenvolvimento se estenderá até às eleições de 2018. Mais um ano perdido, somando-se para complementar brevemente duas décadas perdidas por conta deste famigerado PT.
E o pior de todos, a ausência de líderes confiáveis, visionários e aglutinadores para negociar um grande acordo nacional. O que poderá levar um novo aloprado à presidência da república…com minúsculas.
Complicou de vez.
RL
Aldeia do Penedo 1mai17
