Depois dos últimos tempos da política brasileira e da sua economia, as notícias de ontem confirmaram para mim um quadro de irreversível crise política. E consequências pesadas na economia e no social. Ouço muito gente dizer que este ano não acaba, e acho que em 2017 vamos sentir saudade dele. E por que?
Ao meu ver, uma democracia aos nossos moldes – aquela que está desenhada na nossa Constituição Republicana – necessita que todos os poderes funcionem de uma forma regular, e que haja, por parte da sociedade, uma ampla confiança nelas.
O nosso presidente eleito, como vice da dillma – apesar de ser essencial o seu papel de levar o país até às próximas eleições – não tem apoio popular, o que chega a ser curioso, pois foi eleito na mesma chapa. Não tem carisma, e está sob suspeição no âmbito das investigações gerais que correm no país. E nosso regime é presidencialista, dando um relevo ao papel do presidente na condução do país. A esquerda que o elegeu, aproveita disto, para desestabilizar o país
O Congresso Nacional legisla hoje, mais para salvar os seus membros do que, na verdade, para permitir que este governo de transição leve o país inteiro e sem convulsões sociais, até às eleições de 2018, com o pais ajustado e com algumas das reformas concluídas.
O Supremo Tribunal Federal tem a sua composição não tanto suprema, e andou nos últimos tempos com atitudes sempre atenuantes de crimes, segurando processos e agindo aparentemente com cores partidárias. Neste momento está sendo posto a prova. E a sua reação ao efeito Renan Calheiros, pode levar o país à uma crise institucional.
O Poder Executivo – com trocas frequentes de Ministros – e enfrentando as dificuldades de aprovar as reformas no Congresso Nacional, peleja no sentido de não deixar a economia degenerar. Estou falando aqui de orçamento, inflação, câmbio e desemprego, principalmente. Pois, neste clima, pouco pode se fazer pelo investimento
Não poderemos também relegar que a sociedade percebe que toda a estrutura de governo – União, Estados e Municípios – só tem um elo comum: a Corrupção. E assiste perplexa a uma passividade das forças que constitucionalmente deveriam cuidar na nossa segurança e ordem.
Para complementar o saco de gatos, temos uma imprensa hoje calada, comprometida e sem a percepção do seu real papel num momento tão relevante.
Falta a população. Falta o povo nas ruas. Falta pouco para a violência explodir.
RL
Penedo- Sintra, 7dez16

Eu também, Renato. Cada dia mais.
Está mesmo muito complicada a realidade brasileira. Esta briga, esta falta de entendimento entre os três poderes, esta cisão entre eles, só veio agravar, imensamente, a crise política e econômica e social. Temos tudo…agora.
Só não temos uma Democracia forte, bem estruturada, e políticos nacionalistas e honestos.
Estamos no caos. Perplexidade. Medo. O medo é grande. Para onde vamos?
Para onde estamos caminhando?
Beijos
Tudo muito complicado…
Em minha opinião para a eternização dos problemas. Até que transborde
Vc fez um juízo perfeito da situação e confesso que me falta capacidade de avaliar uma solução plausível, realmente concreta para essa situação! A pior crise, ao meu ver, é a falta, total de uma liderança! Simplesmente não temos à quem recorrer, os Ulisses já não mais existem e, infelizmente, vejo o Brasil, hoje, como uma nave sem destino, leme e comandante!
Estamos pior que a nau dos desesperados africanos! Eles pelo menos sabem que querem atravessar o Mediterrâneo e nós nem Mediterrâneo temos para atravessar…
Tudo muito complicado. Falta de liderança, e valores …difícil construir uma nação assim.
Pois é, sobra o Atlântico…:)